O perigo da paralisação pela análise

 


           O perigo da paralisação pela análise

"Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará." – Eclesiastes 11:4 - ARA

Vivemos em uma geração que valoriza a cautela, a análise detalhada e o planejamento meticuloso. Embora esses aspectos tenham seu valor, o texto bíblico nos alerta contra o excesso de observação que paralisa a ação. O agricultor que espera o clima perfeito nunca semeará; e o que depende das condições ideais nunca colherá.

Márcia Wayna Kambeba leva a força dos povos originários ao II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo em Belém

Márcia Wayna Kambeba leva a força dos povos originários ao II Congresso Brasileiro                          de Jornalistas e Comunicadores de Turismo em Belém


 Gilberto Silva e Zacarias Martins

Fotos: Divulgação e Carlos Araújo

Sinopse - Evento destaca a importância da informação na promoção da sustentabilidade, em ano crucial para o Pará com a realização da COP 30

 De 10 a 15 de junho, Belém do Pará será o centro das atenções ao sediar o II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo. Com o tema "Sustentabilidade também se faz com informação", o evento reunirá mais de 120 profissionais da comunicação para debater práticas sustentáveis no turismo e o papel da mídia na conscientização ambiental.

Quando a vida segue seu curso

              


               Quando a vida segue seu curso

"Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiro sobre a terra; caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que cair, aí ficará." – Eclesiastes 11:3 - ARA

A sabedoria de Eclesiastes nos convida a olhar para a natureza como uma escola prática da vida. Neste versículo, vemos duas imagens fortes e inevitáveis. Nuvens carregadas que derramam chuva, e árvores que caem e permanecem onde tombaram. Ambas as imagens apontam para a realidade inescapável das consequências.

Congresso da Febtur projeta Amazônia no cenário global do turismo sustentável


 Congresso da Febtur projeta Amazônia no cenário global do turismo sustentável

 Comunicadores do Brasil e do exterior se preparam para o II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo, que será realizado em Belém com foco na COP30, bioeconomia e comunicação responsável

Generosidade preventiva é repartir antes que venha o mal

 


    Generosidade preventiva é repartir antes que venha o mal

Reparte com sete e ainda com oito, porque não sabes que mal sobrevirá à terra.” - Eclesiastes 11:2 - ARA

Vivemos em um mundo incerto, marcado por instabilidades econômicas, crises sociais, catástrofes naturais e reviravoltas inesperadas. Diante disso, o sábio autor de Eclesiastes nos apresenta uma atitude surpreendente de responder à incerteza com generosidade, e não com medo.

Entre a verdade e a popularidade: O drama de Jeremias e o desvio da igreja contemporânea


   Entre a verdade e a popularidade: O drama de

 Jeremias e o desvio da igreja contemporânea


Vivemos uma era em que muitos líderes e comunidades cristãs enfrentam um perigoso dilema. Continuar proclamando fielmente a Palavra de Deus ou moldá-la para agradar um público cada vez mais seletivo, sensível e autocentrado. A figura do “cliente” parece ter substituído a do discípulo. Em vez de ouvintes dispostos a carregar a cruz, temos “consumidores de fé” que exigem conforto, motivação e conveniência. A preocupação dominante deixou de ser a glória de Deus para tornar-se a satisfação do auditório. Nesse cenário, o drama do profeta Jeremias torna-se assustadoramente atual.

Introdução ao Capítulo 11 de Eclesiastes

 


       Introdução ao Capítulo 11 de Eclesiastes

O capítulo 11 de Eclesiastes marca o início da conclusão do livro, onde o autor, tradicionalmente identificado como Salomão, se volta para um conjunto de conselhos práticos, cheios de sabedoria e espiritualidade, voltados à conduta humana diante da vida e de Deus. Após longas reflexões sobre a vaidade das coisas terrenas, as limitações da razão humana e a fugacidade da existência, o Pregador assume um tom mais direto, convidando à ação prudente e à confiança diante das incertezas.

Saúde, um patrimônio subestimado

 


Saúde, um patrimônio subestimado

A saúde, enquanto bem-estar físico, mental, emocional e espiritual, é fundamental para a realização de qualquer projeto de vida. Sem ela, os sonhos ficam limitados, a produtividade cai, os relacionamentos se fragilizam. No entanto, por ser muitas vezes silenciosa em sua presença e gritante apenas na sua ausência, a saúde acaba sendo subestimada.

Entre feiras e púlpitos: A teologia prática como escuta da cultura na espiritualidade contemporânea

 


Entre feiras e púlpitos: A teologia prática como escuta da cultura na espiritualidade contemporânea

Este artigo propõe uma reflexão sobre a necessidade da teologia prática contemporânea reencontrar o gesto de Martinho Lutero, que ao traduzir a Bíblia para o alemão, foi às feiras populares para ouvir a língua do povo. Defende-se que, assim como Lutero escutou a cultura de seu tempo, a teologia prática atual deve sair dos guetos eclesiásticos e abrir-se ao diálogo com as manifestações culturais e artísticas, reconhecendo nelas não apenas expressões humanas, mas também possíveis clamores espirituais. A espiritualidade relevante, neste contexto, será aquela capaz de traduzir a Palavra de Deus em linguagem viva, situada e encarnada.


Palavras-chave: Teologia prática; cultura; espiritualidade; Lutero; tradução; escuta; contemporaneidade.


1. Introdução

A teologia cristã, desde suas origens, alterna momentos de profunda encarnação na cultura com outros de retraimento e isolamento. Em tempos de intensa transformação social, torna-se urgente repensar os caminhos da teologia prática, aquela que busca conectar fé e vida cotidiana. A figura de Martinho Lutero, ao ouvir o povo nas feiras enquanto traduzia a Bíblia, oferece uma metáfora potente para a necessidade de escuta cultural como método teológico. Este artigo pretende refletir sobre esse gesto de escuta como princípio para uma espiritualidade viva e contextualizada na atualidade.


2. Lutero nas feiras: tradução como escuta encarnada

Quando Lutero decidiu traduzir a Bíblia para o alemão, seu intuito não era apenas linguístico, mas pastoral e missionário. Ao frequentar feiras e ouvir mães dialogando com seus filhos, ele não apenas conheceu o vocabulário popular, mas se aproximou da alma do povo. A tradução, nesse sentido, tornou-se um ato de escuta encarnada: compreender como as pessoas vivem, pensam, sentem e comunicam.

Essa postura de Lutero rompe com o paradigma escolástico e elitista da teologia de seu tempo. Sua ação inaugurou uma teologia que fala com o povo e não apenas sobre o povo. Foi uma teologia que reconheceu que a linguagem espiritual precisa ser compreensível, significativa e enraizada na realidade.


3. A crise contemporânea da linguagem teológica

Na contemporaneidade, muitas expressões da fé cristã ainda se utilizam de uma linguagem que pouco dialoga com os dilemas existenciais, estéticos e simbólicos da cultura atual. Termos e conceitos muitas vezes permanecem presos em jargões e estruturas anacrônicas, distantes da realidade dos fiéis. A teologia, nesse cenário, corre o risco de se tornar irrelevante, compreendida apenas por um círculo restrito de especialistas e liturgos.

A espiritualidade das novas gerações é marcada por experiências múltiplas: narrativas visuais, afetos digitais, conexões fluidas e interrogações profundas sobre identidade, pertencimento e propósito. Se a teologia deseja falar à alma contemporânea, precisa primeiro ouvi-la — tal como fez Lutero.


4. Cultura como espaço de revelação e escuta teológica

A cultura, nas suas mais diversas expressões, música, cinema, literatura, artes visuais, redes sociais, festas populares, torna-se um lócus legítimo de escuta teológica. Isso não significa validar todo conteúdo cultural como verdade espiritual, mas reconhecê-lo como manifestação dos anseios, angústias e buscas humanas.

A teologia prática, ao sair dos guetos eclesiásticos, encontra nesses espaços não apenas ruídos, mas também ecos de eternidade. A arte, por exemplo, muitas vezes toca em temas como dor, morte, amor, perdão, esperança — todos centrais à experiência cristã. Ignorar tais expressões seria negligenciar o espírito da época e as perguntas do coração humano.


5. Espiritualidade relevante: entre escuta e tradução

Para ser relevante, a espiritualidade cristã precisa ser, antes de tudo, sensível. Deve reaprender a arte da escuta e da tradução: ouvir com atenção os sons da cultura e traduzir a mensagem eterna de Deus com fidelidade, mas também com criatividade e empatia. Isso exige da teologia uma postura humilde, disposta a aprender e discernir.

Tal espiritualidade será, portanto, encarnada, situada, dialógica. Não será construída apenas nos gabinetes teológicos, mas também nas rodas de conversa, nos saraus, nos centros culturais, nas universidades, nos espaços digitais e nos becos urbanos. Será como o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14).


6. Considerações finais

A teologia prática, ao reencontrar o gesto de Lutero, é chamada a viver um duplo movimento: escutar o clamor humano por sentido e anunciar a Palavra com profundidade e relevância. Esse movimento demanda disposição para sair do templo e adentrar a cidade, para ouvir as vozes múltiplas da cultura e discernir nelas as perguntas que só o Evangelho pode responder plenamente. Como então traduzir a fé cristã para este tempo? O caminho ainda é o mesmo: escuta, encarnação e coragem profética.


Referências Bibliográficas

BARTH, Karl. Introdução à Teologia Evangélica. São Paulo: Novo Século, 2002.

BONHOEFFER, Dietrich. Ética. São Leopoldo: Sinodal, 2005.

GRENZ, Stanley J.; FRANKEN, Roger E. Teologia para o Século XXI. São Paulo: Vida Nova, 2001.

LUTHER, Martin. Table Talk. Fortress Press, 1967.

SCHARLEMANN, Robert. The Being of God: Theology and the Experience of Truth. Seabury Press, 1981.

TAYLOR, Charles. A Era Secular. São Paulo: Unesp, 2014.

VATTIMO, Gianni. O Futuro da Religião. São Paulo: Record, 2006.


Pr. Gilberto Silva - Gurupi-TO

Cuidado com o que se fala até em segredo

 


    Cuidado com o que se fala até em segredo

"Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais interior do teu quarto, amaldiçoes o rico; porque as aves do céu levarão a voz, e o que tem asas dará notícia da palavra." – Eclesiastes 10:20 - ARA

Este versículo nos adverte com uma sabedoria prática e espiritual. O cuidado com aquilo que pensamos e falamos, especialmente quando se trata de figuras de autoridade. Salomão nos lembra que até mesmo as palavras sussurradas no recôndito de um quarto podem encontrar caminhos surpreendentes para serem reveladas.