A consciência da vida e a realidade da morte

 


    A consciência da vida e a realidade da morte

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento.” – Eclesiastes 9:5 - ARA

Este versículo é parte da contemplação realista do Pregador sobre a vida e a morte. A ênfase está na consciência dos vivos e na inatividade dos mortos, especialmente no que diz respeito à existência terrena.

Enquanto há vida, há esperança

 


               Enquanto há vida, há esperança

Para o que está entre os vivos há esperança; porque mais vale um cão vivo do que um leão morto.” - Eclesiastes 9:4 - ARA

Este versículo de Eclesiastes é uma joia preciosa escondida no meio de uma reflexão sobre a morte. Em meio à constatação de que todos morrem - justos e injustos - Salomão destaca uma verdade poderosa: enquanto há vida, há esperança.

O coração dos homens está cheio de maldade

 


O coração dos homens está cheio de maldade

Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o mesmo; também o coração dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.” – Eclesiastes 9:3 - ARA

Salomão continua sua meditação sobre a condição humana “debaixo do sol” e revela uma verdade profunda e inquietante, de que o coração humano está marcado pela maldade e confusão. Ainda que todos tenham o mesmo fim - a morte - muitos vivem como se isso nunca fosse acontecer, entregues ao egoísmo, orgulho e insensatez.

“Futebol de Água e Infância”

 


“Futebol de Água e Infância”

(Entre Pedro Afonso e Itacajá – Tocantins)

No espelho d’água do Tocantins,
entre caminhos de chão e silêncios verdes,
dois meninos transformam o remanso
em campo de glória e fantasia.

O gol é improvisado com paus e coragem.
A bola, molhada, insiste em fugir,
mas volta — como quem entende
que ali, todo chute é também um recomeço.

Com os pés submersos,
eles driblam não só a água,
mas o destino já traçado por tantos.
E chutam.
Chutam como quem diz:
“Eu posso ir além.”

Não há torcida barulhenta,
ninguém grita, ninguém ovaciona.
Mas há olhos atentos
dos colegas da beira, de peito nu e alma cheia,
e dos animais que, na mata,
observam com respeito o espetáculo da vida.

Um bem-te-vi canta do alto.
Uma vaca rumina sem pressa.
Uma garça se equilibra numa perna só,
um cavalo arriado,
enquanto um cachorro se deita
ao pé de uma árvore velha.

A natureza é arquibancada.
O sertão é silêncio em reverência.

E mesmo sem o grito do povo,
cada passe, cada chute,
ressoa fundo como um hino teimoso.
É um sonho insolente,
indolente e verdadeiro,
feito de barro, suor e esperança.

Esses meninos, ainda que rindo,
não deixam de sonhar.
Na bola, vão longe,
porque o presente é duro,
mas o futuro...
ah, o futuro se desenha ali mesmo,
entre um chute e outro,
nas águas calmas do sertão.

A infância, mesmo áspera, é inteira.
Não se perdeu.
Nem se desprezou.
Fortaleceu-se no campo,
na enxada que o pai segura,
na colheita que a mãe organiza,
na fé que se aprende cedo.

Eles sabem:
o caminho é longo,
mas não é impossível.
Porque, no Norte do Brasil,
o menino é também guerreiro.
E sua bola, ainda que de pano ou de plástico,
carrega o peso dos sonhos de um povo.

O futebol ali é muito mais que jogo.
É resistência.
É arte.
É alma.

E nas águas do Tocantins,
dois garotos escrevem, com os pés,
uma poesia que só o sertão entende.
E que o mundo, um dia, vai ler.


Fotos tiradas em janeiro de 2014, em uma viagem missionária para as cidades de Palmas, Miranorte, Pedro Afonso, Bom Jesus, Goiatins, Barra do Ouro, Itacajá, na passagem de uma ponte em uma "currutela" tocantina. 


Pr. Gilberto Silva - Gurupi-TO

A grande igualdade da vida

 


A grande igualdade da vida

Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao perverso, ao bom, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.” - Eclesiastes 9:2 - ARA

Salomão, com sua profunda sabedoria, nos lembra que a morte chega para todos. O justo e o ímpio, o bom e o mau, o religioso e o não religioso, todos têm o mesmo destino terreno. Isso pode parecer um tanto desolador à primeira vista, mas essa realidade nos convida a uma reflexão fundamental: o que realmente importa na vida?

Introdução ao Capítulo 9 de Eclesiastes - Nas mãos de Deus

 


Introdução ao Capítulo 9 de Eclesiastes

“Enquanto há vida, viva plenamente diante de Deus”

O livro de Eclesiastes, atribuído tradicionalmente ao sábio Salomão, é um tratado filosófico e espiritual que reflete as inquietações da alma humana diante dos mistérios da existência. O capítulo 9 se insere no ápice dessa meditação, abordando de forma crua, mas profundamente verdadeira, a realidade inevitável da morte, e como essa certeza deveria moldar a maneira como vivemos.

O mistério da obra de Deus

 


O mistério da obra de Deus

Então vi toda a obra de Deus: que o homem não pode descobrir a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a achará; e ainda que diga o sábio que a conhece, nem por isso a poderá alcançar.” - Eclesiastes 8:17 - ARA

Neste versículo, o Pregador declara uma verdade que humilha o orgulho humano, a limitação da compreensão diante da grandeza da obra de Deus. Por mais que o ser humano se esforce, estude, medite ou filosofe, há aspectos da vida e da ação divina que permanecem ocultos, inalcançáveis à razão humana.

A limitação da compreensão humana

 


A limitação da compreensão humana

"Aplicando eu o coração a conhecer a sabedoria e a ver a tarefa que há sobre a terra — pois nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos " - Eclesiastes 8:16 - ARA

Salomão, o sábio por excelência, declara aqui sua busca intensa por sabedoria e compreensão. Ele descreve um esforço profundo, quase obsessivo, por entender os caminhos de Deus e os enigmas da vida. A expressão "nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos" revela uma inquietação existencial, o ser humano trabalha, investiga, questiona, mas nem sempre encontra respostas plenas.

A alegria no meio da vaidade da vida

 


A alegria no meio da vaidade da vida

"Então, exaltei eu a alegria, porquanto para o homem nenhuma coisa há melhor debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; pois isso o acompanhará no seu trabalho durante os dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol." – Eclesiastes 8:15 - ARA

Em meio às frustrações da vida e à aparente inversão de valores que o autor observa — onde o justo sofre e o ímpio prospera — Salomão propõe uma resposta surpreendente: exaltar a alegria. Isso não significa um convite ao hedonismo ou à superficialidade, mas um reconhecimento de que, mesmo em um mundo imperfeito, a vida contém dádivas legítimas para serem desfrutadas com gratidão e reverência.

Quando a justiça parece invertida

 


Quando a justiça parece invertida

"Ainda há outra vaidade sobre a terra: há justos que recebem o que mereciam os feitos dos perversos; e há perversos que recebem o que mereciam os feitos dos justos. Digo que também isto é vaidade." – Eclesiastes 8:14 - ARA

Salomão observa uma realidade dolorosa, que nem sempre o justo é recompensado como deveria, e muitas vezes o perverso parece prosperar. Essa inversão de justiça é chamada de “vaidade”, ou seja, algo sem sentido, frustrante, difícil de entender com os olhos humanos.