Nos trilhos da vida

 


Nos trilhos da vida

 Seguir o trilho do trem é um convite à contemplação. Duas linhas paralelas, firmes e determinadas, que caminham lado a lado, mas jamais se encontram. À primeira vista, pode parecer uma metáfora triste, uma distância eterna entre caminhos que compartilham o mesmo horizonte. Mas, ao olhar com mais cuidado, percebe-se a beleza dessa harmonia.

Esses dois trilhos não competem, não invadem o espaço um do outro. Cada um respeita sua linha, seu propósito, sua trajetória. E é exatamente essa parceria, essa disciplina silenciosa, que permite ao trem seguir em frente. Um desequilíbrio, um desvio, e tudo desmorona.

Na trilha da vida, somos como esses trilhos. Caminhamos ao lado de pessoas, dividimos sonhos, partilhamos momentos, mas cada um em seu espaço, cada um com sua missão. O segredo não está em se cruzar, mas em andar juntos, em sintonia, mesmo quando os caminhos parecem distantes.

Há quem veja os trilhos como símbolo de limites, de impossibilidades. Mas a verdade é que eles nos ensinam o respeito. Não há sobreposição, não há invasão, apenas o reconhecimento de que o outro também tem sua estrada, sua história. E isso é liberdade, é confiança.

O trem que passa sobre os trilhos leva vidas, sonhos, esperanças. Ele segue porque há dois caminhos paralelos que sustentam seu peso, que o guiam pelo trajeto certo. Assim somos nós. Companheiros de jornada, sustentando uns aos outros, mesmo sem nos misturarmos.

Que na trilha da vida possamos ser como esses trilhos. Respeitar, sustentar e, juntos, seguir em frente, rumo ao infinito, sabendo que o horizonte está sempre adiante, pronto para ser desbravado. Afinal, não é sobre encontrar o outro no fim, mas sobre estar lado a lado ao longo do caminho.

Pr. Gilberto Silva – Gurupi-TO