Ai da nação sem maturidade
“Ai de ti, ó
terra, cujo rei é criança, e cujos príncipes se banqueteiam já de manhã!” –
Eclesiastes 10:16 - ARA
Salomão, o pregador,
apresenta um lamento profundo pela condição de uma terra governada por líderes
imaturos e indulgentes. O versículo mostra que a imaturidade no governo traz
sofrimento ao povo. A expressão “rei é criança” não se refere necessariamente à
idade física, mas à imaturidade emocional, espiritual e administrativa do
líder.
Este cenário já havia
sido antecipado por Isaías, ao anunciar um juízo de Deus: “Dar-lhes-ei
meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles” (Isaías 3:4). Esse
tipo de liderança é sinal de uma nação afastada de Deus, onde a justiça é
pervertida e o bem comum é ignorado.
A infantilização do
poder gera fraqueza. “Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança…” Governar
exige sabedoria, prudência, firmeza e temor de Deus. Quando o trono é ocupado
por alguém sem essas virtudes, todo o povo sofre. O livro de Provérbios alerta:
“Por falta de direção cai o povo, mas na multidão de conselheiros há
segurança” (Provérbios 11:14). E ainda: “Quando o justo governa,
alegra-se o povo; mas quando o perverso domina, o povo geme” (Provérbios
29:2).
A infantilidade no
governo é perigosa, porque governa por emoções e impulsos, não pela sabedoria.
Salomão, com toda sua experiência, compreendia o impacto de uma liderança
insensata. Por isso ele adverte: “Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei
velho e insensato, que já não se deixa admoestar” (Eclesiastes 4:13).
A segunda parte do
versículo denuncia a indulgência nos prazeres: “…e cujos príncipes se
banqueteiam já de manhã!” Não é errado comer pela manhã, mas o que Salomão
denuncia aqui é a inversão de prioridades. Comer cedo, no contexto, simboliza
vida voltada ao prazer desenfreado, sem senso de responsabilidade ou dever. Isaías
também denunciou esse comportamento entre os líderes de sua época: “Ai dos
que se levantam pela manhã para correr após bebida forte, e continuam até a noite,
até que o vinho os esquente” (Isaías 5:11).
Aos reis e príncipes,
a Bíblia recomenda sobriedade: “Não convém aos reis, ó Lemuel, não convém
aos reis beber vinho, nem aos príncipes desejar bebida forte, para que não se
esqueçam da lei e pervertam o direito de todos os aflitos” (Provérbios
31:4-5).
Banquetes matinais
indicam falta de domínio próprio e desprezo pelo tempo e pela missão. Os
líderes da terra devem comer no tempo certo, por vigor e não por prazer: “Bem-aventurada
tu, ó terra, cujo rei é filho dos nobres e cujos príncipes comem a tempo, para
refazerem as forças e não para bebedice” (Eclesiastes 10:17).
O versículo é um
alerta tanto para as nações, quanto para nós, individualmente. Liderar, em
qualquer esfera (família, igreja, empresa, ministério), exige maturidade
espiritual e domínio próprio. Você tem governado bem a sua vida, suas
emoções e seus impulsos? Tem agido como
criança nas decisões importantes ou buscado a direção de Deus? Você lidera por prazer ou por propósito?
Este texto, embora
político em sua essência, nos convida a avaliar as lideranças em nossa vida, sejam
governamentais, familiares ou espirituais. Ele também nos alerta sobre o perigo
de entregarmos nosso tempo e energia a prazeres que roubam nosso senso de
missão. E não custa nada repetir: Quem governa suas escolhas: a maturidade
ou o imediatismo? Como está sua liderança, seja como pai, mãe, pastor,
professor ou cidadão?
Oração: “Senhor,
tem misericórdia de nossas lideranças. Livra-nos de governos imaturos, guiados
por vaidade e prazer. Ajuda-nos a ser líderes responsáveis, guiados por Tua
sabedoria e temor. Ensina-nos a comer no tempo certo, a viver com equilíbrio, e
a governar com justiça. Em nome de Jesus, amém.”
Na Graça do Pai. Bom
dia. Shalom. A Paz do Senhor. Que nessa sexta-feira
saibamos ouvir o alerta solene e a crítica sobre a liderança imatura e desregrada,
convidando a todos, sejam líderes de qualquer área a assumirem seus papéis com
sobriedade e disciplina.
Pr. Gilberto Silva –
Gurupi-TO