O peso das palavras e a inutilidade da vaidade

 


O peso das palavras e a inutilidade da vaidade

"Visto que há muitas palavras que aumentam a vaidade, que mais aproveita ao homem?" - Eclesiastes 6:11 - ARA

Este versículo nos leva a refletir sobre a quantidade e a qualidade das palavras que proferimos e ouvimos. Salomão, em sua sabedoria, nos adverte contra discursos vazios, debates infrutíferos e palavras que não produzem frutos espirituais. A multiplicação de palavras pode ser um reflexo da vaidade humana e da tentativa de buscar sentido onde, muitas vezes, não há proveito real.

A Bíblia constantemente nos alerta sobre o perigo do excesso de palavras. Em Provérbios 10:19, lemos: "Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente." Palavras são ferramentas poderosas. Podem edificar ou destruir, orientar ou desviar, glorificar a Deus ou exaltar a vaidade humana. O problema apontado em Eclesiastes não está apenas no falar, mas no falar sem propósito, sem temor de Deus e sem edificação. O próprio Senhor Jesus advertiu: "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo." (Mateus 12:36).

 Isso nos leva a refletir sobre a responsabilidade de cada palavra que pronunciamos. Quando falamos sem sabedoria ou sem considerar as consequências, podemos nos desviar da verdade e até nos tornar instrumentos de confusão e vaidade.

O conceito de vaidade em Eclesiastes vem do hebraico "hebel", que significa "vapor", "névoa" ou "fugacidade". Isso sugere algo passageiro, sem substância ou duradouro. Salomão frequentemente associa a vaidade a esforços humanos que, no fim, não produzem frutos eternos.

No contexto do versículo, o aumento de palavras reflete uma tentativa humana de encontrar significado através do discurso, sem depender da verdadeira sabedoria divina. O apóstolo Paulo advertiu Timóteo sobre esse tipo de comportamento: "Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior." (2 Timóteo 2:16). Quando nos envolvemos em discussões sem propósito ou quando multiplicamos palavras sem reflexão, podemos estar alimentando nossa própria vaidade em vez de buscar a verdadeira sabedoria.

O contraste entre a fala excessiva e o silêncio sábio é um tema recorrente na Escritura. Em Eclesiastes 3:7, Salomão declara que há "tempo de estar calado e tempo de falar". O silêncio não é uma omissão, mas muitas vezes é um ato de sabedoria.

Tiago reforça essa ideia ao ensinar sobre o domínio da língua: "Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar." (Tiago 1:19).

Ou seja, a sabedoria bíblica não está na quantidade de palavras, mas na qualidade delas. Um coração alinhado com Deus falará menos e ouvirá mais, sabendo que palavras ditas sem propósito podem ser prejudiciais tanto para quem fala quanto para quem ouve.

Este versículo nos convida a um exame profundo de como usamos nossas palavras e de como nos envolvemos em discursos do mundo. Algumas reflexões práticas incluem discernimento na utilidade das palavras. Estamos falando para edificar e glorificar a Deus ou apenas para nos exibir e alimentar nossa vaidade? Fugir de discussões infrutíferas. Muitas vezes, gastamos tempo debatendo assuntos que não produzem crescimento espiritual. Como Paulo disse em 2 Timóteo 2:23: "E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram contendas." Cultivar o silêncio sábio. A maturidade espiritual nos ensina que, em muitos momentos, o silêncio é mais poderoso do que palavras vazias.

Eclesiastes 6:11 nos alerta contra o excesso de palavras vazias que apenas aumentam a vaidade e não produzem frutos para o Reino de Deus. Como seguidores de Cristo, somos chamados a falar com propósito, temperando nossas palavras com graça (Colossenses 4:6) e buscando sempre glorificar ao Senhor em tudo o que dizemos. Que possamos cultivar um coração sábio e uma língua controlada, lembrando que até o silêncio pode ser uma expressão de temor e reverência diante de Deus.

Oração: Senhor, ensina-me a falar com sabedoria e a evitar palavras que apenas aumentam a vaidade. Que minha boca seja um instrumento de edificação, e que meu coração esteja alinhado com a Tua vontade. Ajuda-me a discernir o momento de falar e o momento de me calar, para que minhas palavras sejam sempre para a Tua glória. Em nome de Jesus, amém.

Na Graça do Pai. Bom dia. Shalom. A Paz do Senhor. Que nossa segunda-feira seja de falar menos e escutar mais, aprendendo que o silêncio também nos traz sabedoria.

Pr. Gilberto Silva – Gurupi-TO