A pergunta acima foi feita pelo
coordenador estadual da Capelania Militar do Tocantins, Tenente Coronel e pastor, Rodrigo
Lacerda, no final do curso TETELESTAI, realizado em Gurupi, no domingo, 19 de
janeiro.
Confesso que fiquei intrigado, ou meio que bugado na pergunta, e busquei, à luz da Bíblia, uma resposta teológica para o questionamento proposto. E após algumas horas de reflexão, leitura da Palavra e pesquisa, consegui depurar e formular uma resposta que atendeu à minha inquietação e quiçá, dos leitores.
A pergunta lançada coloca um
interessante contraste sobre pureza e santidade. Teologicamente, ambas as
perspectivas - "quem se limpa mais" e "quem se suja
menos" - refletem aspectos importantes da caminhada cristã. Contudo,
ao analisar essa questão sob a luz da Bíblia, o ideal não é meramente escolher
um ou outro, mas entender como esses conceitos se relacionam com o padrão
divino de santidade.
A ideia de "quem se limpa
mais" está associada ao processo contínuo de santificação. Em 1 João
1:9, encontramos a promessa de que "Se confessarmos os nossos pecados,
Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça." Esse versículo aponta para a necessidade constante de
buscar a purificação, reconhecendo nossas falhas e permitindo que Deus nos
limpe.
Jesus também enfatizou a
importância da limpeza espiritual em João 13:10, ao lavar os pés dos
discípulos: "Aquele que já se banhou precisa apenas lavar os pés; todo
o seu corpo está limpo." Isso sugere que, mesmo os salvos e
regenerados, precisam regularmente lidar com os "resíduos" do pecado
no dia a dia. Portanto, a prática de se limpar espiritualmente demonstra
humildade, arrependimento e dependência de Deus.
Por outro lado, "quem se
suja menos" remete a uma vida de vigilância e retidão, na qual o
cristão busca evitar o pecado deliberadamente. Salmos 119:9 pergunta: "Como
pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra."
Esse versículo aponta para a prevenção, destacando a importância de obedecer à
Palavra de Deus como forma de evitar a contaminação pelo pecado.
Paulo também exorta os crentes em
1 Coríntios 10:12: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que
não caia." Essa vigilância contínua é um aspecto essencial para
aqueles que desejam viver uma vida de santidade diante de Deus.
Biblicamente, a verdadeira
santidade é alcançada através de uma combinação de ambos os aspectos. Aquele
que busca ser "mais limpo" precisa reconhecer o poder
purificador do sangue de Cristo (Hebreus 9:14) e se submeter ao processo de
santificação (2 Coríntios 7:1). Ao mesmo tempo, aquele que "se suja
menos" demonstra uma vida de temor a Deus, obediência e sabedoria
(Provérbios 16:6).
No entanto, é crucial lembrar
que, por mais que tentemos nos manter limpos ou evitar o pecado, a pureza
perfeita só é possível em Cristo. Isaías 64:6 diz que "todos os nossos
atos de justiça são como trapos de imundície" sem a obra de Jesus em
nossa vida.
Teologicamente, a questão não é
tanto "quem é mais limpo" ou "quem se suja menos",
mas quem reconhece sua total dependência de Deus para purificação e santidade.
Ambos os aspectos são relevantes e complementares. O apóstolo João nos exorta
em 1 João 3:3: "Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a
si mesmo, assim como ele é puro." Assim, a busca por limpeza e a
vigilância contra o pecado são reflexos de uma vida comprometida com Cristo.
Pr. Gilberto Silva – Gurupi-TO