O Contrassenso da liderança em priorizar obras físicas e negligenciar Pessoas

 


O Contrassenso da liderança em priorizar obras físicas e negligenciar pessoas

 A liderança evangélica enfrenta um desafio crucial, de equilibrar o cuidado com a infraestrutura da igreja e a atenção às pessoas, especialmente as mais necessitadas. Infelizmente, muitas vezes observa-se um contrassenso, onde o benefício material é priorizado em detrimento da responsabilidade humana e espiritual. Essa postura contraria os ensinamentos de Jesus, que sempre colocou as pessoas acima das estruturas e das tradições.

O problema da valorização do visível

Construções, reformas e grandes eventos chamam a atenção, geram visibilidade e podem atrair novos membros. Contudo, essa ênfase excessiva no que é material frequentemente negligencia o propósito fundamental da igreja de ser um corpo vivo que cuida de suas partes. Quando os líderes focam mais nas obras físicas do que nas necessidades das pessoas, perdem a oportunidade de demonstrar o amor prático de Deus.

A falta de empatia

Jesus nos ensinou a "amar ao próximo como a si mesmo" (Mateus 22:39), mas quando as prioridades se voltam para o que é visível e mensurável, a empatia muitas vezes se perde. Isso é evidente quando membros da igreja passam por dificuldades financeiras, emocionais ou espirituais e não encontram apoio suficiente na comunidade.

O equilíbrio entre obras e missão

Embora seja legítimo investir em infraestrutura, isso deve ser feito sem comprometer o cuidado pastoral e a assistência aos necessitados. O apóstolo Paulo enfatiza em Gálatas 6:10: "Por isso, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé." A igreja, portanto, tem o dever de cuidar primeiro daqueles que estão dentro de suas portas, garantindo que ninguém fique desamparado.

Um exemplo de Cristo

Jesus demonstrou, repetidamente, que pessoas eram mais importantes do que estruturas ou tradições. Ele curou doentes no sábado, falou com mulheres marginalizadas, alimentou multidões e chorou com os enlutados. Seu ministério era focado em atender às necessidades humanas mais profundas.

Reflexão e mudança

Líderes evangélicos são chamados a seguir esse exemplo. As obras físicas devem ser ferramentas para o cuidado com as pessoas, não o foco principal. É preciso adotar um modelo de liderança que valorize mais a transformação de vidas do que a construção de prédios.

Que a igreja seja, antes de tudo, um refúgio para os aflitos, um hospital espiritual para os feridos e um local onde o amor de Cristo se manifeste plenamente. Afinal, de que vale ganhar o mundo inteiro, ou construir os maiores templos, e perder a essência do evangelho? (Marcos 8:36).

Pr. Gilberto Silva – Gurupi-TO