A armadilha da soberba e o caminho da verdade

 


A armadilha da soberba e o caminho da verdade

Era uma manhã de céu limpo e ar tranquilo, daqueles dias em que até o canto dos pássaros parece convidar à reflexão. João, sentado no banco de uma praça, contemplava as árvores enquanto revivia mentalmente um episódio recente. Ele era um homem conhecido por sua determinação e por sua teimosia, qualidades essas que, dependendo do uso, podiam tanto erguer pontes quanto cavar abismos.

Na última semana, João havia sido corrigido publicamente em uma reunião de trabalho. Seu erro era evidente, mas o orgulho, sempre silencioso e sorrateiro, o impediu de admitir. Ele preferiu justificar-se com argumentos frágeis e até inventar detalhes que suavizassem sua falha. "Afinal, ninguém gosta de parecer fraco", pensou. A desonestidade pareceu, por um instante, sua melhor saída.

No entanto, os dias seguintes trouxeram um peso que ele não esperava. Cada olhar de um colega parecia carregado de desconfiança, e o sorriso de aprovação do chefe tornou-se ausente. João percebeu, com um aperto no peito, que havia trocado a verdade por um conforto momentâneo e ilusório.

Naquele banco de praça, as palavras de sua avó, tão repetidas na infância, ecoaram como uma verdade incontornável. "Quem se exalta será humilhado, meu filho. Mas quem se humilha, será exaltado." – Lucas 14:11. Não era apenas um versículo bíblico Era um lembrete de que a vida recompensa a honestidade e a humildade com a leveza de consciência e a confiança alheia.

Impulsionado por essa memória, João decidiu voltar atrás. Na segunda-feira seguinte, pediu a palavra na mesma reunião. Com humildade, admitiu seu erro e pediu desculpas pela desonestidade. Para sua surpresa, os colegas o acolheram com respeito, e o chefe, com um sorriso sincero, o elogiou por sua coragem.

João saiu daquele escritório diferente. Aprendeu que o orgulho é como um muro, que afasta as pessoas e obscurece a luz da verdade. Já a honestidade, ainda que exigente, é uma ponte que conecta corações e restaura a paz interior.

De volta à praça, ele sorriu para o céu azul. O dia continuava calmo, mas João sabia que, dentro de si, algo havia mudado para sempre.

Como aplicação prática para nossas vidas, podemos aprender que a verdade pode ser difícil, mas ela é sempre o melhor caminho. Já o orgulho e a desonestidade, embora pareçam confortáveis no início, conduzem a uma estrada solitária e repleta de arrependimento.

Pr. Gilberto Silva – Gurupi-TO